Gabriela, Dona Flor, Tieta e Teresa Batista são algumas personagens femininas célebres do universo ficcional do escritor baiano Jorge Amado. Elas inspiraram o professor da Faculdade de Letras e crítico literário Eduardo de Assis Duarte a fazer uma leitura tridimensional de romances como Cacau, Suor, Jubiabá e Capitães da areia, articulando gênero, classe e etnia. "Desde o começo Jorge Amado volta a sua escrita para a elevação das mulheres do povo", afirma o professor.

Autor do livro Narrador do Brasil: Jorge Amado, leitor de seu tempo e de seu país, finalista do Prêmio Jabuti Acadêmico, Assis Duarte vai apresentar sua perspectiva do universo feminino de Jorge Amado na próxima edição do projeto Sábados feministas, que será realizada no dia 2 de agosto, a partir das 10h, na Academia Mineira de Letras (AML). O professor observa em personagens como Gabriela, retirante nordestina protagonista da obra Gabriela, cravo e canela, a encarnação precoce de pautas feministas contemporâneas. "Sujeito de seu corpo e de sua vontade, Gabriela põe em prática o mantra ‘meu corpo, minhas regras’ bem antes da pílula anticoncepcional se popularizar no país", destaca o professor.

Sobre o convidado e o projeto
Integrante da Comissão Editorial do Literafro – Portal da Literatura Afro-brasileira, que reúne informações biobibliográficas, críticas e excertos de cerca de 230 autoras e autores afro-brasileiros, disponíveis no site da Faculdade de Letras da UFMG, Eduardo Duarte é autor de Jorge Amado, romance em tempo de utopia, de 1996, e Literatura, política, identidades, lançado em 2005. Ele é professor do Programa de Pós-graduação em Letras – Estudos Literários da Faculdade de Letras e pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade (Neia), também vinculado à Fale.

Sábados feministas é fruto de parceria da Academia Mineira de Letras com o movimento Quem Ama Não Mata.