O cavaquinista José Carlos Choairy, o Zé Chorão, fará um show comemorativo de seus 91 anos nesta quinta-feira, 23 de outubro, no UFMG. A partir das 19h30, ele sobe ao palco junto com o grupo Toca de Tatu para uma apresentação recheada de clássicos do choro, como Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, responsáveis por lançar as bases do gênero ainda no século 19, e mestres como Zequinha de Abreu e Fon Fon, que expandiram a linguagem do choro no início do século XX. O repertório também destaca a riqueza melódica e a sofisticação de Jacob do Bandolim, representado por peças célebres como Noites cariocas, Mimosa e Vibrações. Completam a apresentação obras dos instrumentistas Abel Ferreira e Waldir Azevedo, que popularizaram o gênero em diferentes formações.

Outros convidados são Marcos Flávio de Oliveira (Fafá), no violão sete cordas, e Matheus di Rocha, no bandolim. O evento tem entrada gratuita, sujeita à capacidade do espaço.

Tocando o coração
“Ele faz de seu cavaquinho não apenas um instrumento para tocar música, mas, como raros o sabem fazer, para tocar o coração", descreve-se no texto de divulgação do show.

Nascido em outubro de 1934 em São Bento, no Maranhão, ele também se considera mineiro. Seu primeiro contato com o cavaquinho foi em 1950, por influência dos padrinhos com quem morou. Já em Minas Gerais, anos mais tarde, Zé Carlos trabalhou como químico especializado em tintas e, ao mesmo tempo, incursionava no campo da música apenas por prazer, o que mudou após sua aposentadoria, quando pôde se dedicar mais ao choro.

Tendo Waldir Azevedo e Pixinguinha como principais influências, Zé Carlos integrou por muitos anos o Conjunto Musical de Waldir Silva e a extinta Associação Músico-cultural Canta Brasil. Ele se apresenta regularmente nas principais rodas de choro e agremiações do gênero na capital, inclusive no Clube do Choro de Belo Horizonte, do qual é socio-fundador.

Na UFMG, o músico participa da Orquestra de Choro e se apresenta no palco do Conservatório. Agraciado com o diploma de Mestre do choro do Instituto Waldir Azevedo e Memória do Cavaquinho Brasileiro, "Zé Chorão" promove a integração da jovem geração de instrumentistas com a velha guarda, fazendo de sua própria casa um local de encontros e saraus musicais.