UFMG comemora 98 anos com exposição sobre 'memoráveis' e conferência de Margareth Dalcolmo
Celebração na próxima segunda, dia 8, incluirá abertura oficial de mostra que homenageia 50 personalidades marcantes da história da instituição

Uma solenidade na noite da próxima segunda, 8 de setembro, no auditório da Reitoria, vai marcar as celebrações do 98º aniversário da UFMG. A data marca, também, o início do ciclo de conferências UFMG centenária: Universidade e democracia. A médica, professora e cientista Margareth Dalcolmo, vinculada à Fiocruz, fará a conferência de abertura da série, intitulada Brasil envelhece: cuidado e meio ambiente como direitos.
A cerimônia será conduzida pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida, a partir das 19h, e o evento incluirá a abertura oficial da exposição UFMG centenária: memoráveis, montada em julho para a Cúpula de Universidades da América Latina, promovida pela agência Times Higher Education (THE) e sediada no campus Pampulha. A mesa da cerimônia será composta também pelo decano da UFMG, professor João Alberto Almeida, e por reitores de gestões anteriores.
Atuação contra a tuberculose e a covid-19
Margareth Maria Pretti Dalcolmo é capixaba de Colatina e médica formada pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (1978), com residência em pneumologia. Especializou-se em pneumologia sanitária pela Fiocruz (1981) e é doutora em Medicina (pneumologia) pela Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (1999). É docente da pós-graduação da PUC-Rio.

Ela conduziu e participou de protocolos de pesquisa clínica e tratamento da tuberculose e outras micobacterioses nos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH). Criou e coordenou o ambulatório do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, da Fiocruz, do qual foi diretora de 2009 a 2012. Integra, entre outras instâncias, o Comitê Assessor em Tuberculose do Ministério da Saúde, as comissões científicas das Sociedades Brasileiras de Pneumologia e Tisiologia e de Infectologia, o Steering Committee do grupo Resist TB, da Boston Medical School (EUA), e o Expert Group for Essential Medicines List da Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 2015. É membro do Regional Advisory Committee do Banco Mundial para projetos de saúde na África Subsaariana em tuberculose e doenças respiratórias ocupacionais.
Margareth é a principal investigadora do ensaio clínico SimplicTB da Global Alliance for Tb Research e do Estudo Brace com a vacina BCG para a covid-19. Durante a pandemia de covid-19, assessorou o Ministério da Saúde e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, e foi uma das principais vozes engajadas no esclarecimento sobre a doença. Ela é membro titular da Academia Nacional de Medicina desde outubro de 2022.
Impacto social e inclusão
A exposição UFMG centenária reúne 50 personalidades que, por diferentes razões, marcaram a Universidade desde seus primeiros anos. O critério que regeu a seleção tem múltiplas dimensões, que incluem, mas transcendem a acadêmica e a científica. A curadoria da mostra considerou também impacto social, relevância para o país e presença marcante em áreas como cultura e artes, entre outros critérios.
Concebida em longo processo de maturação, iniciado em 2024, a exposição reflete uma universidade cada vez mais diversa e inclusiva. “Nos últimos 20 anos, a universidade pública mudou muito, por meio do recrutamento feito também com cotas de caráter social e racial. A UFMG passou a receber e valorizar mais as mulheres, pessoas negras e indígenas e com deficiência. A missão dessa exposição é mostrar a mudança, essa cara nova”, explica o diretor do escritório de Governança de Dados Institucionais, Dawisson Lopes, que integra a equipe de curadoria com os também professores Fernando Mencarelli, pró-reitor de Cultura, e Carlos Mendonça, assessor especial da Reitoria.

A exposição destaca os indivíduos e suas trajetórias e oferece informações sobre a UFMG em textos curtos, que oferecem uma visão ampla e simples, como salienta o professor Fabrício Fernandino, autor do projeto expográfico. “Optamos por tirar partido da luminosidade do saguão para dar transparência e leveza aos banners com as imagens dos ‘memoráveis’ e aos painéis com os textos informativos”, diz Fernandino, que é diretor do Centro Cultural UFMG. “O objetivo foi revelar uma instituição centenária e, ao mesmo tempo, contemporânea.” A execução do projeto ficou a cargo do Núcleo de Design Gráfico do Cedecom.
UFMG centenária: memoráveis permanecerá até abril de 2026 e poderá ter próximas edições. “A aceitação tem sido muito boa, e as pessoas manifestam o desejo de contribuir com novos nomes”, conta Carlos Mendonça.
Entre os escolhidos para representar a comunidade acadêmica na exposição estão ex-presidentes da República como Afonso Pena, Juscelino Kubitschek e Dilma Rousseff, escritores como Carlos Drummond de Andrade e José Saramago, os pensadores e líderes indígenas Ailton Krenak e Célia Xakriabá, a primeira médica formada em Minas Gerais, Alzira Nogueira Reis, a ministra do STF Cármen Lúcia, a professora emérita Nilma Lino Gomes, o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, os cantores e compositores Fernanda Takai e Samuel Rosa, o médico e ex-jogador Tostão, o químico e ex-ministro José Israel Vargas e a cantora lírica Maria Lúcia Godoy.
Bolo no domingo
Os 98 anos de fundação da UFMG também serão comemorados na véspera, 7 de setembro, durante o Domingo no campus, que abrigará 40 atrações culturais e de lazer, incluindo um bolo de aniversário que será servido ao público.
